Pergunta Reflexiva: CFP, não está na hora de dar voz oficial à Psicologia Financeira?
Especialidade em Psicologia Financeira? Será que existe?
Hoje, quando falamos de dinheiro, ainda tratamos o assunto quase sempre apenas pela técnica: planilhas, números e cálculos.
Mas, se isso realmente resolvesse, será que teríamos milhões de brasileiros endividados e emocionalmente sobrecarregados?
O problema não é só matemático. É humano.
A pandemia escancarou isso: famílias desestruturadas, ansiedade crescente e empresas perdendo produtividade por causa do estresse financeiro dos seus colaboradores.
E a Psicologia, que sempre esteve na vanguarda ao cuidar do ser humano em sua integralidade, ainda não reconheceu uma especialidade que dialogue diretamente com essa dor: a Psicologia Financeira.
Um Movimento Real
Em janeiro de 2025, enviei um e-mail ao Conselho Federal de Psicologia (CFP) questionando justamente isso:
“Existe algum estudo ou iniciativa do Conselho para a inclusão da Psicologia Financeira como uma especialidade reconhecida?”
A resposta oficial foi direta:
“Não há nenhuma iniciativa em curso para inclusão da Psicologia Financeira como especialidade.”
Mas a mesma resposta ressaltou que já existem cursos e especializações reconhecidas pelo MEC, e que a evolução de uma nova especialidade depende da prática, do interesse científico e do impacto social.
Oceano Azul e Reação das Pessoas
Sempre que menciono Psicologia Financeira em conversas com empresários, famílias ou profissionais, noto algo curioso: as pessoas se interessam, querem saber mais e se abrem para falar sobre dinheiro e comportamento.
Isso contrasta com a reação comum quando se fala em “terapia”, que muitas vezes gera resistência.
A Psicologia Financeira suaviza o peso do tema, desperta curiosidade e abre espaço para conversas profundas e construtivas.
Um exemplo disso aconteceu recentemente com um casal com dificuldades financeiras pessoais e empresariais:
Em vez de falarmos apenas de números, acabamos explorando as experiências familiares com dinheiro: um pai que ganhava bem, mas tinha uma vida simples; uma mãe com o hábito de gastar tudo.
No final, o marido comentou:
“Cara, quase não falamos de financeiro, mas das possíveis causas.”
Esse é o potencial dessa área: o problema raramente é só sobre dinheiro — é sobre comportamento, crenças, emoções e histórias de vida.
E quem melhor do que os psicólogos para lidar com isso?
Um Convite Respeitoso ao CFP
Falo isso com profundo respeito. Sou contador e, todos os dias, vejo na prática que educação financeira sem o olhar psicológico não transforma de verdade.
Reconhecer a Psicologia Financeira como especialidade é abrir caminho para uma revolução silenciosa, que pode impactar famílias, empresas e a sociedade como um todo.
CFP, se eu puder contribuir de alguma forma para essa construção, meus contatos estão neste site.
Fale comigo.